Chanceler Antonio Patriota
Montevideu – O ministro das Relações
Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, admitiu hoje (terça-feira), durante o
encontro ministerial de países do atlântico-sul, que a situação na Guiné-Bissau
figura entre os maiores desafios da região.
"A crise
vivida hoje por esse país do atlântico sul é exemplo de uma situação com
implicações sérias sobre o espaço do Atlântico Sul e à qual não podemos ficar
indiferentes",
afirmou o ministro brasileiro durante um discurso na reunião ministerial da
Zopacas (Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul), em Montevideu, no Uruguai.
Patriota
citou o conflito como "muito
próximo do Brasil", devido função dos laços culturais e históricos que
unem os dois países, e ressaltou que o Governo brasileiro tem procurado fazer o
possível para a "superação"
da situação gerada com o golpe de Estado de Abril do ano passado.
O
ministro brasileiro admitiu, no entanto, que os esforços realizados pelo
Conselho de Segurança das Nações Unidas, em conjunto com a Comunidade Econômica
dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a União Africana e a Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP), não têm obtido resultados satisfatórios.
"Temos de
reconhecer que, até ao momento, a coordenação entre os atores internacionais
não tem conseguido construir caminho satisfatório e consensual para o
encaminhamento da questão, e que isso prejudica a própria Guiné-Bissau", reforçou.
O
ministro apelou para que todos os países envolvidos na questão "tomem por parâmetro" as
decisões do Conselho de Segurança e defendeu a atuação dos membros da CPLP na
busca de uma "convergência"
para a normalização da situação e volta da estabilidade. "Espero
que, num futuro não tão distante, a Guiné-Bissau possa somar-se aos trabalhos
da nossa Zona de Paz e Cooperação", concluiu Patriota, que também citou como
desafios o maior desenvolvimento econômico e social da região.
A
Zona de Paz e Cooperação no Atlântico Sul (Zopacas) foi criada por iniciativa
brasileira em 1986, e integra, ao todo, 24 países, incluindo a maior parte dos
africanos lusófonos, entre eles Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e
Príncipe.
A
reunião a nível ministerial, que decorre entre hoje e quarta-feira, pretende
traçar um plano de acção conjunto visando o fortalecimento das relações e do
intercâmbio comercial entre os membros, bem como acções voltadas para o
desenvolvimento, segurança e manutenção da paz na área.
O
Atlântico Sul representa a principal rota marítima do comércio do Brasil, por
onde passam 95 por cento das exportações e importações brasileiras.
Fonte:
ANGOP
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