Auxílio
tem o objetivo garantir a segurança necessária a estabilidade política e
desenvolvimento socioeconômico do país.
O
Brasil está disposto a cooperar no treinamento e na formação dos militares de
Guiné-Bissau para auxiliar o país a prover a segurança necessária à sua
estabilidade política e a seu desenvolvimento socioeconômico. A afirmação foi
feita nessa segunda-feira (26) pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, durante
reunião da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa,
Portugal.
Guiné-Bissau
realizou, em abril deste ano, as primeiras eleições presidenciais após o golpe
de Estado que levou os militares ao poder, em 2012. O pleito foi acompanhado
por observadores internacionais, entre eles integrantes da CPLP, que o
consideraram válido, tendo ocorrido em clima de liberdade e transparência.
Diante
da perspectiva de retorno à normalidade democrática, Amorim manifestou o apoio
brasileiro ao país da costa ocidental africana. “O Brasil está muito empenhado
em ajudar assim que as condições permitirem”, disse ele.
O
ministro brasileiro lembrou que, antes do golpe de Estado de 2012, o Brasil
havia destacado oficiais de suas Forças Armadas para auxiliar o processo de
formação das polícias e das forças armadas guineenses, ação que foi
interrompida em razão dos acontecimentos de então.
Ele
defendeu que a CPLP realize ações conjuntas na área de segurança para auxiliar
Guiné-Bissau, mas ponderou que isso deve ser feito levando em conta o ponto de
vista dos países situados no entorno geográfico da nação africana.
Segundo
Amorim, também é necessário realizar a desmobilização dos atuais militares de
Guiné-Bissau. “É algo que tem que ocorrer progressivamente, de maneira
negociada”, afirmou. “E tem que ser adequadamente financiada porque isso tem um
custo”, completou.
Para
o ministro, o país africano requer a formação de forças armadas profissionais,
organizadas e modernas, capazes de desempenhar funções essenciais como a defesa
da pátria, além de combater ilícitos.
As
eleições guineenses e a perspectiva de retomada da normalidade institucional no
país dominaram as discussões ocorridas na XV Reunião dos Ministros da Defesa da
CPLP. Durante o encontro, o ministro da Defesa de Portugal, José Pedro
Aguiar-Branco, destacou a importância da manifestação conjunta dos
países-membros da CPLP sobre Guiné-Bissau, algo que, segundo ele, deverá levar
a ações concretas no sentido de auxiliar o país a consolidar o resultado das
eleições livres. “Os sinais que vem do país são encorajadores”, afirmou.
O
assunto também foi objeto de manifestações de todos os demais ministros da
Defesa presentes à reunião: Moçambique, Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe
e Timor-Leste.
Defesa
Cibernética
Durante
a reunião, ocorrida na histórica Fortaleza de São Julião da Barra, os ministros
da Defesa discutiram temas diversos no âmbito da cooperação militar
multilateral. Na abertura do encontro, o ministro da Defesa de Moçambique fez
um breve relato dos trabalhos realizados durante o período em que seu país
presidiu o fórum, que agora passa a ser conduzido por Portugal.
Após
fazerem observações sobre a conjuntura internacional e seu reflexo nas questões
político-militares dos países-membros da CPLP, os ministros aprovaram a agenda
proposta para o encontro, que continha, entre outros, temas relacionados à
saúde militar e a operações militares conjuntas, a exemplo da Operação Felino,
cuja última edição ocorreu no ano passado no litoral do estado do Espírito
Santo, no Brasil.
Em
breve intervenção no início da reunião, o ministro Celso Amorim propôs o
aprofundamento da discussão e da troca de experiências entre os países
lusófonos sobre ações no campo da defesa cibernética. O Brasil criou um Centro
de Defesa Cibernética (CDCiber), em 2012, e desde que vieram à público, no ano
passado, denúncias de espionagem eletrônica, tem tomado uma série de medidas
para reforçar a proteção das redes das instituições da Defesa, como as Forças Armadas.
Em
resposta à Amorim, o ministro português afirmou que esse é um tema prioritário
para a defesa de seu país. Em seguida, como concordando com o colega
brasileiro, o primeiro-ministro e titular da pasta da Defesa do Timor-Leste,
Xanana Gusmão, mencionou episódio de ataque às redes informatizadas de seu
país.
Ao
final do encontro, os ministros aprovaram declaração conjunta com resumo dos
principais pontos discutidos. A próxima reunião dos ministros da CPLP ocorrerá
dentro de um ano, em São Tomé e Príncipe.
Fonte: Ministério da
Defesa