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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Brasil coopera na formação militar de Guiné-Bissau


Auxílio tem o objetivo garantir a segurança necessária a estabilidade política e desenvolvimento socioeconômico do país.

O Brasil está disposto a cooperar no treinamento e na formação dos militares de Guiné-Bissau para auxiliar o país a prover a segurança necessária à sua estabilidade política e a seu desenvolvimento socioeconômico. A afirmação foi feita nessa segunda-feira (26) pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, durante reunião da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, Portugal.

Guiné-Bissau realizou, em abril deste ano, as primeiras eleições presidenciais após o golpe de Estado que levou os militares ao poder, em 2012. O pleito foi acompanhado por observadores internacionais, entre eles integrantes da CPLP, que o consideraram válido, tendo ocorrido em clima de liberdade e transparência.

Diante da perspectiva de retorno à normalidade democrática, Amorim manifestou o apoio brasileiro ao país da costa ocidental africana. “O Brasil está muito empenhado em ajudar assim que as condições permitirem”, disse ele.

O ministro brasileiro lembrou que, antes do golpe de Estado de 2012, o Brasil havia destacado oficiais de suas Forças Armadas para auxiliar o processo de formação das polícias e das forças armadas guineenses, ação que foi interrompida em razão dos acontecimentos de então.

Ele defendeu que a CPLP realize ações conjuntas na área de segurança para auxiliar Guiné-Bissau, mas ponderou que isso deve ser feito levando em conta o ponto de vista dos países situados no entorno geográfico da nação africana.

Segundo Amorim, também é necessário realizar a desmobilização dos atuais militares de Guiné-Bissau. “É algo que tem que ocorrer progressivamente, de maneira negociada”, afirmou. “E tem que ser adequadamente financiada porque isso tem um custo”, completou.
Para o ministro, o país africano requer a formação de forças armadas profissionais, organizadas e modernas, capazes de desempenhar funções essenciais como a defesa da pátria, além de combater ilícitos.

As eleições guineenses e a perspectiva de retomada da normalidade institucional no país dominaram as discussões ocorridas na XV Reunião dos Ministros da Defesa da CPLP. Durante o encontro, o ministro da Defesa de Portugal, José Pedro Aguiar-Branco, destacou a importância da manifestação conjunta dos países-membros da CPLP sobre Guiné-Bissau, algo que, segundo ele, deverá levar a ações concretas no sentido de auxiliar o país a consolidar o resultado das eleições livres. “Os sinais que vem do país são encorajadores”, afirmou.

O assunto também foi objeto de manifestações de todos os demais ministros da Defesa presentes à reunião: Moçambique, Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Defesa Cibernética
Durante a reunião, ocorrida na histórica Fortaleza de São Julião da Barra, os ministros da Defesa discutiram temas diversos no âmbito da cooperação militar multilateral. Na abertura do encontro, o ministro da Defesa de Moçambique fez um breve relato dos trabalhos realizados durante o período em que seu país presidiu o fórum, que agora passa a ser conduzido por Portugal.

Após fazerem observações sobre a conjuntura internacional e seu reflexo nas questões político-militares dos países-membros da CPLP, os ministros aprovaram a agenda proposta para o encontro, que continha, entre outros, temas relacionados à saúde militar e a operações militares conjuntas, a exemplo da Operação Felino, cuja última edição ocorreu no ano passado no litoral do estado do Espírito Santo, no Brasil.

Em breve intervenção no início da reunião, o ministro Celso Amorim propôs o aprofundamento da discussão e da troca de experiências entre os países lusófonos sobre ações no campo da defesa cibernética. O Brasil criou um Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), em 2012, e desde que vieram à público, no ano passado, denúncias de espionagem eletrônica, tem tomado uma série de medidas para reforçar a proteção das redes das instituições da Defesa, como as Forças Armadas.

Em resposta à Amorim, o ministro português afirmou que esse é um tema prioritário para a defesa de seu país. Em seguida, como concordando com o colega brasileiro, o primeiro-ministro e titular da pasta da Defesa do Timor-Leste, Xanana Gusmão, mencionou episódio de ataque às redes informatizadas de seu país.

Ao final do encontro, os ministros aprovaram declaração conjunta com resumo dos principais pontos discutidos. A próxima reunião dos ministros da CPLP ocorrerá dentro de um ano, em São Tomé e Príncipe.

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