Estudantes guineenses no gabinete da Procuradora Nilce Cunha
Aluna tem visto de estudante e trabalha irregularmente no
Ceará, diz MPF. Jovem foi abordada quando faziam serviço de entrega de
panfletos. Uma estudante de Guiné-Bissau matriculada em curso superior
no Ceará foi detida pela Polícia
Federal na tarde desta terça-feira (10). A aluna tem visto
de estudante e está irregular no País devido a vencimentos no pagamento da
matrícula, de acordo com o Ministério
Público Federal no Ceará, que criou uma
comissão para acompanhar a situação dos alunos irregulares no estado.
De acordo com o Ministério Público, duas alunas foram
abordadas no Shopping Benfica, em Fortaleza,
quando faziam serviço de entrega de panfletos. Como o visto de permanência no
Brasil das alunas é de estudantes, elas não podem praticar serviços
remunerados, com exceção de estágios acadêmicos. Uma das alunas abordadas está em situação regular, de acordo
com o Ministério Público, e foi liberada após prestar depoimento. A segunda
estudante está na agência da Polícia Federal do Aeroporto Internacional Pinto
Martins, em Fortaleza, onde presta depoimento. A Polícia Federal não informou,
até às 17h desta terça-feira, se a estudante de Guiné-Bissau pode
ficar presa ou ser deportada.
O Ministério Público informou nesta segunda-feira (9) que
solicitou às faculdades que assinem um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) se
comprometendo a emitir declaração de regularidade na instituição de ensino para
que os alunos de Guiné-Bissau possam renovar o visto de estudante. Os alunos
estão com mensalidades atrasadas e podem ser deportados.
Golpe em Guiné-Bissau
Segundo a procuradora da Justiça Nilce Cunha, que se reuniu
com os estudantes para resolver a situação de irregularidade, os alunos têm
dificuldade para receber dinheiro enviado da família de Guiné-Bissau após o
golpe de estado no país, em 12 de abril deste ano. Se não tiverem vínculo com
as escolas, eles podem ter de sair do país. "Depois do golpe fica mais difícil para a família mandar
dinheiro. Com a situação política no país deles, as famílias ficam
desempregadas, fica um clima de terrorismo e demora muito até eles receberam o
dinheiro, por isso atrasam", explica Nilce. Segundo as regras vigentes,
pessoas com passaporte de estudante devem efetuar o pagamento de mensalidade
para serem considerados legais no país. Com os atrasos, os alunos estão em
situação ilegal no Brasil.
A procuradora comparou os valores cobrados pelos estudantes
africanos e o que foi divulgado pelas faculdades durante o processo seletivo em
Guiné-Bissau. A conclusão é de que não houve reajuste, mas a taxa cambial usada
na época estava defasada. Na tentativa de resolver o impasse, o Ministério
Público sugeriu que as faculdades deem registro de legalização da situação dos
alunos e dispense o pagamento de multas e juros.
MPF-CE tenta acordo para manter estudantes de Guiné-Bissau
O Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) solicitou esta
semana a várias faculdades particulares em Fortaleza que estabeleçam um Termo
de Ajustamento de Conduta (TAC) para tentar manter regular a situação de
estudantes de Guiné-Bissau em Fortaleza. Desde o golpe de Estado no país
africano, os estudantes estão com mensalidades atrasadas e podem não ter o
visto renovado. Os alunos fazem parte de um grupo de 300 jovens que se
submeteram a um processo seletivo, ainda em Guiné-Bissau e que foram aprovados
entre 2009 e 2010 para estudar em três instituições de ensino cearenses.
Na época, a expectativa era de que a mensalidade ficasse em
R$ 190 ou 36 mil francos Africanos, a moeda do país. Já no Brasil eles
descobriram que as mensalidades chegavam a 65 mil francos Africanos.
Segundo a procuradora Nilce Cunha, do MPF-CE, a taxa de
câmbio utilizada do período da seleção estava defasada e, por isso, houve a
diferença entre os valores prometido e cobrado já no Brasil. Com o golpe militar de estado em Guiné-Bissau, a crise
econômica no país e a situação dos estudantes se agravaram. Por isso o MPF-CE
sugeriu o parcelamento das dívidas, sem a incidência de multas ou juros ou
ainda a transferência dos estudantes que não tiverem condições de saldar os
valores.
Fonte: G1
Nota da Embaixada da
Rep. Guiné-Bissau
É com profunda preocupação que temos acompanhado a situação
dos alunos guineenses no Estado do Ceará. Embora seja do conhecimento público a
situação financeira que a nossa Missão Diplomática enfrenta, iremos envidar
todos os esforços para que se desloque ao Ceará o mais rapidamente possível, o
Assessor Jurídico da nossa Chancelaria, não só para se inteirar de forma cabal
desta situação, mas também para que sejam renegociadas as dívidas com os
estabelecimentos de Ensino Superior e se proceda a regularização da estadia dos
nossos estudantes no Brasil.
É um bom gesto de soliedaridade com os nossos estudantes. Um abraco!
ResponderExcluirQuem é que ia pagar comida e a estadia dessa menina? Jesus? Se ela tava panfletando, deixa panfletar, porque dinheiro, pra pobrezinha, ninguém solta! Pra show de Ivete Sangalo, com certeza, agora pra uma pessoa séria que luta pelo seu futuro, não.
ResponderExcluirSou brasileiro a favor dos irmãos lusófonos! Sejam bem-vindos em CASA!