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quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Lançamento do Livro


Pequena nota biográfica do autor


Francisco Conduto de Pina nasceu em 17 de novembro de 1957, em Bubaque, uma das Ilhas dos Bijagós, Guiné-Bissau. Estudou artes visuais e belas artes em Lisboa. Nesta cidade, fez também um curso de designer, em 1981. Tem exercido muitos cargos no governo, mas os que mais se sobressaem são os de Director Geral do Turismo, de Secretário de Estado de Turismo, Ministro do Turismo e Ministro do Turismo e Ordenamneto do Território, atividade a que sempre esteve ligado. Ele tem organizado diversas excursões turísticas a sua ilha, Bubaque. É Deputado da Nação, desde 1994 a esta data, pelo partido libertador o PAIGC.

Em 1982 é membro fundador da UNAE, (União Nacional dos Artistas e Escritores), Bissau e seu Secretário. Conduto de Pina é pioneiro sob pelo menos dois aspectos. Ele foi o primeiro escritor bissau-guineense a ter uma publicação individual, Garandessa di no tchon (1978), cujo título em crioulo significa mais ou menos “as maravilhas de nossa terra”, com prefácio de Pedro João C. G. Cruz Pires. O opúsculo contém 22 poemas, sendo dois em crioulo, “Strela negra” e “Lun’Ngada” (luar). Como muitos outros poetas e escritores de seu país em geral, tem muitos originais na gaveta. Em 1997, publicou O silêncio das gaivotas (Bissau: Centro Cultural Português), com 54 poemas, sendo oito em crioulo, prefaciado por Tony Tcheka. A primeira coletânea de poemas em crioulo publicada na Guiné-Bissau, Kebur (1996), reproduz cinco poemas de O silêncio das gaivotas, embora às vezes com títulos ligeiramente alterados. O autor começou a poetar quando tinha apenas 13 anos de idade.

A maior parte da poesia de Conduto de Pina está em português. No entanto, a língua guineense (mais conhecida como crioulo) sempre se faz presente. Em Palavras Suspensas, a despeito de ser um volume de poemas em português, podemos repigar aqui e ali sinais do crioulo. É o caso de expressões como prublema ka ten (não tem problema), no poema “Minha terra ... minha pátria”, e de “N’na ianda” (eu estou caminhando), no poema “Eu acredito”, entre outros. Por fim, dos últimos quatro poemas três estão redigidos inteiramente em crioulo (“Nés nós pali”, ‘Nhara guiné” e “Djugudés”) e um num misto de crioulo e português (“N’ndjanti tras de ianda”). Na verdade, Conduto de Pina foi dos primeiros a poetar nessa língua.

Além dessas obras individuais, Francisco Conduto de Pina tem poemas nas antologias Antologia poética da Guiné-Bissau (Lisboa: Editorial Inquérito, 1991), O eco do pranto  (Lisboa: Inquérito, 1992) e  Kebur - barkafon di poesia na kriol (Bissau: INEP, 1996). Esta última contém apenas poemas em crioulo. Os de Conduto de Pina são “Parmaña paradu”, “Djubi ku mati”, “Bambaram di ñ korson”, “Ña pape” e “Kredu”. Publicou também poemas esparsos em algumas revistas e jornais nacionais e internacionais principalmente na revista cultural Tcholona e nos jornais Nô Pintcha, Expresso Bissau e Diário de Bissau. Conduto tem poemas traduzidos pra o russo no quadro de uma coletânea de poetas africanos.


Por: Hildo Honório do Couto
      Universidade de Brasília

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