O Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) inaugurou a um mês atrás, em Joanesburgo, na África
do Sul, o primeiro escritório de representação da instituição no continente
africano. O escritório terá papel estratégico na prospecção de negócios envolvendo
empresas brasileiras na África.
"É importante estar próximo [do
mercado africano] para construir parceria com bancos, entender as regras locais
e o ambiente de negócios", disse Sérgio Foldes, superintendente da área
internacional do BNDES, que estará na abertura do escritório ao lado do diretor
da área internacional, Luiz Eduardo Melin, e do presidente do banco, Luciano
Coutinho.
A presença física do banco de fomento
na África do Sul, o centro financeiro da África, deverá contribuir para
aumentar o apoio do BNDES à exportação de bens e serviços brasileiros para a
África. Em 2013, o BNDES deverá desembolsar US$ 500 milhões para apoiar
projetos com participação de empresas brasileiras em países africanos. O número
é cerca de 27% inferior aos US$ 682 milhões desembolsados em 2012.
Para o banco, porém, a redução não é
relevante e está associada ao andamento do cronograma dos projetos de empresas
brasileiras, o que influencia o fluxo de desembolsos. O pico de desembolsos nos
últimos sete anos ocorreu em 2009, quando o banco liberou US$ 766 milhões para
apoiar exportações de bens e serviços brasileiros para a África.
O banco acredita que ações como a
abertura do escritório em Joanesburgo vão permitir aumentar as operações com a
África. Foldes disse que países de fora da África vêm descobrindo o potencial
africano em termos de transações comerciais, oportunidades de investimento e
mercado local. "As empresas brasileiras descobriram a África e têm planos
e operações no continente."
O escritório de representação do
BNDES terá uma estrutura pequena, de três pessoas, e será chefiado por Paulo
Roberto Araújo, funcionário de carreira do banco. O escritório fará prospecção
de negócios, mas não irá analisar ou contratar operações de financiamento,
função que continuará com a sede do banco, no Rio.
Foldes afirmou que a área de comércio
exterior do BNDES recebeu reforço de pessoal para atuar na análise de operações
na África. A área internacional do banco também dá um passo importante para
aproximar-se mais do mercado africano com o novo escritório. Este ano foi
criada, por determinação da presidente Dilma Rousseff, uma nova área no banco,
com status de diretoria, para cuidar de América Latina, Caribe e África. O
objetivo é ampliar a presença de empresas brasileiras nas regiões.
Até agora, a relação comercial do
Brasil com os africanos, via apoios do BNDES, tem se restringido a Angola,
Moçambique e Gana, mas há potencial para estender a outros países, como
Senegal, Namíbia e Zâmbia. A Nigéria é uma prioridade, afirmou Foldes. A
realidade da África, onde há países com limitações ao endividamento, exige
desenvolver outros canais institucionais e novos instrumentos para fazer
financiamentos de forma sustentável.
Foldes disse que o BNDES trabalha
para oferecer linhas de crédito a bancos locais com o objetivo de financiar
exportações brasileiras. Estão em discussão operações de varejo. A linha de
crédito deve permitir a venda de máquinas agrícolas, ônibus, caminhões,
máquinas de construção, entre outros.
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